Em Portugal o conceito de “Business Angel” é relativamente recente e está na moda. Está na moda porque cada vez mais surgem no mercado empreendedores com projetos atrativos e viáveis, mas sem a capacidade financeira para os executar e por outro, indivíduos com disponibilidade financeira para investir nesses mesmos projetos.
Tipicamente os “Business Angels” são pessoas com disponibilidade de tempo limitada, mas que pretendem investir uma parte dos seus recursos financeiros disponíveis em projetos onde possam aportar conhecimentos, contatos e relações de confiança que adquiriram ao longo do seu percurso na vida, obtendo satisfação pessoal e retorno no futuro.
O papel de “Business Angel” salvo algumas raras exceções, conserva sempre distância da atividade e gestão operacional, tipicamente assumida pelos empreendedores, permitindo-lhe manter um olhar crítico e desempenhar o papel de o encorajar, estimular, ajudar e tentar manter o seu alinhamento ao rumo traçado.
Este distanciamento das operações conjugado com uma certa tendência que na generalidade os empreendedores têm para descurar os aspetos de natureza económica e financeira, exige uma necessidade de acompanhamento permanente do plano de negócios para minimizar derrapagens e de tentar projetar possíveis acontecimentos futuros e do seu impacto na atividade e, consequentemente nos investimentos efetuados.
Este acompanhamento pressupõe a existência de entidades prestadoras de serviços vocacionadas para apoiar os “Business Angels” durante a fase do investimento, mas também na fase anterior à tomada de decisão, principalmente no apoio à validação dos pressupostos presentes no plano de negócios apresentado pelos Promotores e na preparação de todo o dossier prévio à entrada no capital e respetivas condições de investimento.
Não tendo disponibilidade de tempo e ou vocação, estas entidades garantem ao “Business Angel” uma avaliação e controlo permanente dos projetos onde investe, assumindo uma função de radar dos seus investimentos, disponibilizando em tempo útil informação de gestão comercial, financeira e operacional fundamental para apoio à tomada de decisão.
No meu caso particular, a experiência adquirida pelo fato de ser empreendedor desde muito cedo e agora mais recentemente também de “Business Angel”, algo que faço com grande motivação, diz-me que um projeto com todas as condições à partida para ser um sucesso, sem um controlo adequado da sua execução nas suas diversas vertentes a tempo e horas, tem poucas ou mesmo nenhumas chances de sobreviver.
Já o contrário creio que é diferente: projetos menos interessantes podem tornar-se bem mais interessantes desde que tenham informação de gestão oportuna, sistemática e em tempo útil, que permita aos empreendedores executar de forma diferente, criar condições de sustentação financeira, reinventar o seu negócio ou mesmo encontrar novas áreas de oportunidade reduzindo-se assim drasticamente o risco de investimento para o “Business Angel”. Poderão não vir a ser um “Unicórnio”, mas terão menos probabilidade de fazer parte das estatísticas de insucesso empresarial.
21/06/2017
A importância de um radar nos investimentos de um “Business Angel”
Por Luís Mesquita
Managing Partner
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